quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Ponte de Iperó: o início

05/09/2011 | Notícia | Revista Arquitetura & Aço - nº 26 - Junho 2011

    Desde sempre, o homem constrói pontes como forma de transpor obstáculos. No Brasil, uma em especial, localizada na Floresta Nacional de Ipanema, é também o registro da história da produção do ferro e aço nacional


Foto histórica da ponte da Real Fábrica de Ferro de Ipanema,
feita por Júlio W. Durski, em 1885.



    Logo após o descobrimento do Brasil, em 1590, a história da produção do ferro e aço no Brasil teve um breve início: Afonso Sardinha e seu filho, Afonso Sardinha, “o moço”, construíram dois fornos primitivos para a produção de ferro, em Iperó, Morro Araçoiaba, próximo a Sorocaba, interior de São Paulo. Em 1616, Sardinha, o pai, falece e a atividade é abandonada. Em 1682, é criada a Fundição de Ferro de Araçoiaba, em uma tentativa que não foi levada a termo.

    Muitos anos se passaram até que a produção de ferro fosse finalmente reiniciada no local. A chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, em 1808, trouxe na bagagem os conceitos da revolução industrial que se iniciara na Europa, e deu início a produção da Real Fábrica de Ferro de Ipanema, cujas construções são preservadas até hoje na Floresta Nacional de Ipanema.
Nos dias de hoje, ainda com seu
característico grande arco em
ferro preservado. Foto: Marcelo Micali
    Para implantá-la, foi criado o Distrito do Ipanema e contratada, em dezembro de 1809, uma equipe de técnicos suecos, liderada por Carl Gustav Hedberg. Este foi substituído em 1815 pelo alemão Frederico Luís Guilherme de Varnhagen. Em 1º de novembro de 1818, ocorreu em terras brasileiras a primeira corrida de ferro gusa em um alto-forno. Com o metal produzido naquele dia foram moldadas três grandes cruzes, sendo a maior delas erguida no Morro Araçoiaba, vizinho à fábrica.


    Foram decisivos para a escolha do local, além da presença de jazidas de magnetita, a abundância de madeira, que alimentaria os fornos, e de água, força motriz até meados do século XIX. Nesta época, a administração da fábrica levantou um conjunto arquitetônico, com linhas neoclássicas, para as instalações fabris, moradias e equipamentos comunitários. Também foram construídos um açude, um canal e uma ponte estruturada por um grande arco em ferro, instalada sobre o Rio Ipanema para o transporte da produção da fábrica.
    
    Dos altos-fornos da Real Fábrica de Ferro de Ipanema saíram armas, como facas e baionetas, para a Revolta Liberal e para a Guerra do Paraguai, e diversos artigos necessários ao Brasil do século XIX: de panelas de ferro a gradis, compassos, escadas, luminárias.
Embora produzisse os artefatos para abastecer a indústria e comércio brasileiros, a estrutura em arco da ponte foi, provavelmente, produzida em ferro fundido na Europa e trazida ao Brasil totalmente desmontada. Aqui chegando, foi complementada com madeira extraída da floresta existente no local – especialmente a peroba.

    Pelo menos quatro hipóteses são consideradas para a instalação da ponte. Segundo Luciano Bonatti Regalado, pesquisador do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), há relatos de que foi Hedberg, o primeiro diretor da fábrica, que a trouxe em 1811. Entretanto, a análise recente de gravuras sobre a fábrica produzidas ao longo da primeira metade do século XIX, de autoria de Debret e Lemaitre, não incluem a ponte. “Ela também não é mencionada no inventário da fábrica de 1821, e observando-se o relatório produzido por Joaquim de Souza Mursa, em 1867, que incluía planta do local, a ponte não está presente. Portanto, o mais provável é que essa ponte tenha sido instalada após a década de 1870. Provavelmente de origem inglesa, pode ter sido adquirida por Mursa, na Europa, entre 1873 e 1874, quando lá esteve visitando alguns países e exposições, e fazendo aquisições para a fábrica”, conclui Luciano.

    Outra hipótese, levantada pelo ICMBio, é que a ponte tenha sido instalada entre 1876 e 1879. “Em 1876, foi construída a estrada de ferro Sorocabana e, três anos depois, inaugurada a extensão Sorocaba-Fábrica de Ipanema. Essa ponte foi instalada para que o ramal da fábrica fosse interligado com a ferrovia externa – é possível observá-la em um mapa produzido por Dupré, datado de 1885. Há ainda uma quarta possibilidade: a de que ela tenha sido fabricada na própria Real Fábrica de Ferro de Ipanema, a partir de moldes copiados na Europa.”

    Qualquer que seja a verdadeira história da implantação da ponte da Real Fábrica de Ferro de Ipanema, ela é uma das primeiras, senão a primeira, construída em ferro em solo brasileiro. E o núcleo fabril que sobrevive na Floresta Nacional de Ipanema, tombado como patrimônio histórico, é um importante registro do período colonial, prenúncio da transição entre a empresa rural e a industrialização, que encontrou em São Paulo seu berço mais esplêndido a partir da primeira siderúrgica do Brasil. (Da Redação)

Foto: Luciano Bonatti Regalado


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Convite - Exposição Fritz Müller - O Príncipe dos Observadores


    O Núcleo de Estudos Históricos e Ambientais da Floresta Nacional de Ipanema têm a satisfação de convidá-lo(a) a visitar a exposição itinerante "Fritz Müller: O Príncipe dos Observadores". Produzida pelo Instituto Martius-Staden, a exposição permanecerá aberta ao público em dois períodos: entre os dias 03 e 18 de dezembro de 2011, e entre os dias 07 e 22 de janeiro de 2012, de quinta a domingo, das 09h as 16h30.
    A exposição tem por intuito resgatar a memória de Fritz Müller, naturalista alemão, naturalizado brasileiro, que manteve intensa correspondência com Charles Darwin, tendo importante papel na consolidação da teoria sobre a evolução das espécies. As observações realizadas por Fritz Müller permitiram corroborar os estudos e a teoria de Darwin.


 Local: Floresta Nacional de Ipanema - ICMBio
          Núcleo de Estudos Históricos e Ambientais - NEHA

Informações: Tel.: (15) 3459-9223 (Luciano)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Convite - Lançamento - Livro de João Barcellos


O Núcleo de Estudos Históricos e Ambientais (NEHA) da Floresta Nacional de Ipanema juntamente com o Centro de Estudos do Humanismo Crítico e a Editora Edicon, têm o prazer de encaminhar o convite para o lançamento do livro "Do fabuloso Araçoiaba ao Brasil industrial" do escritor e pesquisador luso-brasileiro João Barcellos.
O lançamento será no dia 10 de dezembro de 2011 (Sábado), as 15h00, nas dependências do Núcleo de Estudos Históricos e Ambientais, antiga sede administrativa da Real Fábrica de Ferro de São João do Ypanema, na Floresta Nacional de Ipanema.
Na ocasião o autor estará apresentando uma breve palestra com o tema "Escrever um livro com olhos & alma na nossa história" e autografando o livro.

 “[...] O livro Do Fabuloso Araçoiaba Ao Brasil Industrial é a amostra clara e inequívoca de um poeta-historiador comprometido com cada era da sua história e que interage nas épocas como cronista ficcionalmente visionário nas entrelinhas de documentos e de datas: João Barcellos fala do ontem da mesma maneira que expõe o hoje no qual, como diz e faz, desenha o seu estar-ser, porque o amanhã é hoje.

  Ir aos confins arqueológicos da epopéia luso-americana que projetou o Brasil lá nas trilhas do Berasucaba e da Cahatyba, a trinta léguas da Villa Piratininga, é reconstruir a América na sua largura guarani (Brasil, Paraguay, Uruguay, Peru e parte da Argentina) pelo Piabiyu: uma odisséia geossocial de sobrevivência em terra alheia. Do Fabuloso Araçoiaba Ao Brasil Industrial é um livro que faz história, porque esboça espaço para outras leituras, outras pesquisas [...]” – NOVAES, Marta (Professora e Jornalista. Buenos Aires / Arg., 2011).



 
 
Como chegar na Floresta Nacional de Ipanema: Acesso pelo Km 112 da Rodovia Raposo Tavares (SP-270) sentido interior, via bairro Araçoiabinha, ou, pelo Km 19,5 da Rodovia Sorocaba - Iperó, sentido antiga Fazenda Ipanema.

O livro poderá ser adquirido no dia do lançamento pelo valor promocional de R$ 30,00 (trinta reais).


Maiores informações pelo telefone (15) 3459-9223 (Luciano)

Esperamos a participação de todos!
Um grande abraço

Luciano

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CONVITE - Exposição Comemorativa 50 anos de fotografia de Adolfo Frioli


Prezados Amigos e Colaboradores,

Estendemos a todos o convite do Núcleo de Fotografia "Olho Vivo" para prestigiarem a exposição comemorativa sobre os 50 anos de Fotografia de Adolfo Frioli.

Clique na imagem para maiores informações
 
Local: Oficina Cultural Grande Otelo - Praça Frei Barauna - Centro - Sorocaba

Data: Abertura dia 19/11 (Sábado) às 18:00h

Período da Exposição: 19/11 a 03/12/2011


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Pedras que contam histórias

A pesquisa histórica vive hoje, na Flona, um visível renascimento com a criação do Núcleo de Estudos Históricos e Ambientais. Embora recente, o núcleo já produziu resultados importantes
Notícia publicada na edição de 17/08/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 3 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Hoje sede da Floresta Nacional (Flona) de Ipanema, uma das unidades de conservação ligadas ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a área da região de Sorocaba conhecida como Fazenda Ipanema, no Morro do Araçoiaba, voltou a ficar em evidência no começo da semana, com a divulgação da descoberta de ruínas que remetem ao início da ocupação desta região pelo homem branco ("Na Flona - Ruínas podem alterar história de Sorocaba", 15/8, pág. A9).

A descoberta, um muro baixo de pedras que pode ter sido construído por Afonso Sardinha ainda no Século XVI, ainda precisará ser estudada à luz de técnicas científicas de datação e de tudo o que se conhece sobre a história local. Porém, independentemente das conclusões e polêmicas que poderá provocar, já teve o condão de reavivar na memória da comunidade regional a importância do acervo arqueológico, histórico e arquitetônico do Morro do Araçoiaba, verdadeiro tesouro da história brasileira que a maior parte dos habitantes das cidades que o contornam (Sorocaba, Araçoiaba da Serra, Iperó e Capela do Alto) conhece apenas de ouvir falar.

A pesquisa histórica vive hoje, na Flona, um visível renascimento com a ativação do Núcleo de Estudos Históricos e Ambientais. Embora recente (foi criado em novembro de 2009), o núcleo já produziu resultados importantes, como a exposição "200 anos da Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema", que assinalou o bicentenário da primeira fábrica de ferro do Brasil, em dezembro de 2010, com uma impressionante mostra de mapas e registros iconográficos, e a reedição fac-similar (com o apoio do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba e Ottoni Editora) do livro "Subsidios para a História do Ypanema", produzido em 1858 pelo bacharel Frederico Augusto Pereira de Moraes.

É esse núcleo que anuncia, agora, a descoberta de ruínas que podem pertencer às experiências pioneiras que o mameluco (filho de branco com índia) Afonso Sardinha e seu pai português (que tinha o mesmo nome) conduziram a partir de 1597, dando origem a um pequeno agrupamento de casas que o governador geral do Brasil, Dom Francisco de Souza - numa passagem inusitada da história brasileira, já que este se aboletou durante sete meses com séquito numeroso no precário povoado de mineradores -, elevaria à condição de vila e dotaria com um pelourinho (símbolo do poder público), chamando-o de Vila de Nossa Senhora de Monte Serrate.

As primeiras ruínas dos fornos dos Sardinha foram descobertas em 1977 pelo jornalista José Monteiro Salazar, que também localizou restos de construções posteriores, como os fornos construídos por Domingos Pereira Ferreira em 1776. Os estudos pioneiros de Salazar foram aprofundados na década de 80 pela arqueóloga da USP Margarida Davina Andreatta, que obteve o reconhecimento do Sítio Afonso Sardinha como o primeiro sítio paulista datado pela arqueologia histórica como sendo do Século XVI. Em 1989, a Associação Mundial de Produtores de Aço declarou os fornos de Afonso Sardinha como sendo a primeira tentativa de produzir ferro em solo americano.

Toda essa riqueza precisa ser ainda "descoberta" pela população e autoridades regionais, que têm o direito e, mais que isso, o dever de se apossar positivamente do legado histórico da Fazenda Ipanema como parte indissociável da história da região e parada obrigatória de roteiros turísticos, culturais e educativos. Projetos bem orientados nessa área, assim como ações de pesquisa histórica e de biodiversidade levadas a efeito por pesquisadores autônomos, ONGs e órgãos governamentais, certamente serão bem recebidos e apoiados pelo ICMBio, que tem entre seus eixos principais de ação o estímulo ao turismo histórico e ambiental.

Nenhuma política cultural pode desprezar um patrimônio desta grandeza, onde até as pedras contam histórias.

Ruínas podem alterar a história de Sorocaba

Documentos mostram que em 1598 o governador geral do Brasil, Dom Francisco de Souza, levantou no local um pelourinho com a criação de uma vila
Arqueólogos comprovaram que as ruínas são do período de Afonso Sardinha (1597) 
Por: Luciano Bonatti Regalado/Cortesia

Notícia publicada na edição de 15/08/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 9 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Giuliano Bonamim
      giuliano.bonamim@jcruzeiro.com.br

Pedras sobrespostas pelo ser humano, encontradas numa área de difícil acesso no Morro Araçoiaba, dentro da Floresta Nacional de Ipanema (Flona), em Iperó, podem estar relacionadas ao início da ocupação social na região de Sorocaba. E têm sido objeto de um estudo feito por um grupo de pesquisadores. A linha de pesquisa aponta para a possibilidade da construção ser referente à implantação do engenho de ferro criado por Afonso Sardinha, em 1597, na base do Morro Araçoiaba. A fileira de pedras também pode remeter às posteriores tentativas de exploração do metal, em meados dos séculos 17 e 18.

No entanto, a relevância desses achados somente será conhecida após estudos técnicos a serem desenvolvidos por especialistas na área de Arqueologia e História. Integrantes do Núcleo de Estudos Históricos e Ambientais da Floresta Nacional de Ipanema e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) planejam retornar neste ano ao local para analisar a "idade" das pedras.

Uma das dúvidas é a seguinte: essas ruínas já haviam sido descobertas ou não? Elas receberam no mês passado a visita de seis pesquisadores da região para a coleta de imagens. Entre eles estava o estudioso da Luso-Brasilidade, o português João Barcellos, que acredita não haver anteriormente qualquer tipo de registro dessa sobreposição de pedras. Segundo ele, o formato linear e parecido com um retângulo tem semelhança com as construções de 1500 e 1600 feitas em Portugal.

O primeiro a descobrir formações antigas de pedra no Morro Araçoiaba foi o pesquisador José Monteiro Salazar, em agosto de 1977. Com a ajuda de um mateiro, eles encontraram resquícios de um forno, de um canal de derivação da água e de uma parede da forja. "Na época, um grupo formado por arqueólogos e arquitetos foram ao local e comprovaram que as ruínas eram do período de Afonso Sardinha", diz Salazar, autor de dois livros sobre o assunto.
 
Cauteloso
 
O biólogo Luciano Bonatti Regalado, também pertencente ao atual grupo de pesquisa, prefere manter a cautela sobre a recente descoberta no Morro Araçoiaba. "Qualquer discussão sobre esses achados, que fogem da atual interpretação, é mera especulação". A história oral revela que Afonso Sardinha criou um arraial no Morro Araçoiaba ao descobrir a existência de minério de ferro na região. Esse português era um conhecido comerciante de metais e escravos da capitania de São Vicente e se instalou na região (hoje de Sorocaba) no fim do século 16 com o objetivo de ganhar dinheiro.

Sardinha teria se instalado juntamente com um grupo de escravos e índios para o trabalho de mineração e fundição de ferro. Com isso, eles teriam erguido um arraial para dormir, manter cavalos, burros e uma área para o plantio. Esse local, segundo dados levantados por pesquisadores, era chamado de Itabebussu. Em 1598, o governador geral do Brasil, Dom Francisco de Souza, foi ao Morro Araçoiaba conhecer o trabalho de Sardinha. Na ocasião, documentos mostram que ele teria levantado um pelourinho com a criação da vila Nossa Senhora do Monte Serrat. "Tudo indica que esse grupo de pessoas originou o que hoje é Sorocaba", diz Regalado.

Essa linha de estudo, segundo o pesquisador Adolfo Frioli, pode comprovar que o pelourinho nunca foi instalado no Itavuvu. "De lá [Itabebussu] ele teria sido levado direto para a vila de Nossa Senhora da Ponte [que deu origem a Sorocaba]", comenta. De acordo com o estudo de Frioli, os habitantes teriam saído do morro Araçoiaba após o encerramento do trabalho de Sardinha para a uma paragem que seria na região do Itavuvu. "Pois aquele era um ponto de travessia pelo rio Sorocaba", relata.
 
História preservada
 
O pelourinho era o símbolo da criação de uma vila. Uma réplica dele está em pé na praça Bruno Abreu Tigani, no bairro Itavuvu, em frente à Escola Estadual Salvador Ortega Fernandes, para manter viva a história da cidade. A comerciante Marlene Tigani Maciel, 59 anos, lamenta a falta de visitas ao local. "Vejo gente diferente aqui só na época do aniversário de Sorocaba", diz. Ela nasceu no bairro e diz saber de cor e salteado toda a história que envolve a região. "Dá um certo orgulho morar aqui por causa disso", completa. O padre Marivaldo de Oliveira, 59, é paroco da igreja Santa Cruz - ao lado do pelourinho - e lamenta a cidade não cultuar mais a região