sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Aspectos ambientais da Floresta Nacional de Ipanema


Olá!

O Núcleo de Estudos Históricos e Ambientais da Floresta Nacional de Ipanema, como o próprio nome diz, também possui como objetivo a discussão e disseminação de informações sobre os aspectos ambientais da Unidade de Conservação e região. Dessa forma, encaminhamos para conhecimento de todos, alguns dos trabalhos já realizados na Flona de Ipanema e que estão disponíveis na rede mundial de computadores. Alguns desses trabalhos é de leitura obrigatória para aqueles que desejam conhecer melhor a importância da criação e existência da Floresta Nacional de Ipanema. Desejamos a todos uma ótima leitura! Um grande abraço e os votos de um excelente ano de 2011!

- A vegateção do Morro de Araçoiaba, Floresta Nacional de Ipanema, Iperó (SP)
ALBUQUERQUE, Gislene Batista de & RODRIGUES, Ricardo Ribeiro (2000)
www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr58/cap11.pdf
 

- Mapeamento da vegetação e uso das terras da Floresta Nacional de Ipanema, Iperó,SP
FÁVERO, Oriana Aparecida; NUCCI, João Carlos & DE BIASI, Mário (2002)
www.geografia.fflch.usp.br/.../geousp13_favareto_nicci_debiasi.htm
 


- Estudo do uso público e análise ambiental das trilhas em uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável: Floresta Nacional de Ipanema, Iperó, SP
SOUZA, Paula Cristina & MARTOS, Henry Lesjak (2008)
www.scielo.br/pdf/rarv/v32n1/11.pdf
 

- Distribuição da comunidade de epífitos vasculares em diferentes sítios na Floresta Nacional de Ipanema, Iperó, SP, Brasil
BATAGHIN, Fernando Antonio (2009)
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2308
 

- Contribuição ao Gerenciamento da Floresta Nacional de Ipanema: o uso de base cartográfica digital na construção de um modelo alternativo ao Plano de Manejo
REGALADO, Luciano Bonatti (2005)
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=33874

sábado, 11 de dezembro de 2010

Livro "Subsidios para a História do Ypanema"


        No dia 04 de dezembro de 2010, durante as comemorações do Bicentenário da Real Fábrica de Ferro de São João do Ypanema, a Floresta Nacional de Ipanema, por meio do seu Núcleo de Estudos Históricos e Ambientais, com o apoio do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba e da Editora Ottoni, lançou e colocou a disposição do público, a edição fac-similar da obra "Subsidios para a História do Ypanema", produzida em 1858 pelo bacharel Frederico Augusto Pereira de Moraes. Esta obra, considerada rara e disponível em poucas instituições públicas e privadas, apresenta na íntegra a Memória sobre a Fábrica de Ferro de Ypanema, produzida pelo Senador Vergueiro em 1822. Nela ainda estão acrescidas transcrições de documentos da época e plantas da fábrica, pertencentes aos arquivos pessoais do idealizador e segundo administrador da Fábrica, Frederico Luiz Guilherme Varnhagen.


A edição fac-similar está à venda nas principais livrarias da cidade de Sorocaba. O Núcleo de Estudos Históricos e Ambientais da Floresta Nacional de Ipanema também está vendendo a obra. O preço é de R$ 30,00 (trinta reais). A tiragem inicial foi de apenas 500 exemplares.

Logotipo do Núcleo


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Os primeiros anos da siderurgia
Falta de conhecimento técnico dificultou implantação de uma nova indústria no país há 200 anos
© Ilustração de J.B. Debret/40 paisagens-Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Sta Catarina
Cia Editora Nacional/Acervo FAU/USP
Real Fábrica de Ferro de Ipanema retratada por Debret em 1821.

      O primeiro grande investimento em siderurgia feito no Brasil começou com um fiasco que durou quatro anos, no início do século XIX. Apesar do esforço do governo português em planejar e apoiar empreendimentos em metalurgia, essa indústria demorou a se firmar no país. A ocorrência de minério de ferro em Minas Gerais e São Paulo era conhecida havia muito tempo. No final do século XVIII os portugueses tinham patrocinado o treinamento de brasileiros e portugueses nos melhores centros metalúrgicos europeus. Mas apenas quando a Corte se transferiu para o Brasil é que foi autorizado ao intendente Manoel Ferreira da Câmara Bittencourt lançar, em 1809, os fundamentos da fábrica Patriótica em Gaspar Soares, hoje Morro do Pilar, em Minas. Quase ao mesmo tempo a administração portuguesa ordenou a construção da Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema, em Iperó, São Paulo, inaugurada em 1810. As duas empreitadas demoraram anos para produzir algum metal. “A falta de técnicas apropriadas e de mão de obra especializada só foi parcialmente superada no Brasil na segunda metade da década de 1810”, conta Fernando Landgraf, diretor de Inovação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas e pesquisador da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
     Portugal sempre soube que era importante dominar todo o ciclo de exploração de minério de ferro e sua transformação nas três famílias de produtos conhecidos no começo do século XIX: gusa (ferro com teor de carbono em torno de 4%), ferro maleável (teor menor que 0,1%) e aço (teor perto de 1%). Na Europa, ingleses, suecos e alemães da Saxônia e de Hesse eram quem tinham tradição em siderurgia, com centenas de altos-fornos construídos na região. Foi lá, na primeira década de 1800, que  os portugueses contrataram Frederico Luiz Guilherme Varnhagen  e Guilherme Eschwege, alemães que assessoravam José Bonifácio de Andrada e Silva na Fábrica de Ferro de Figueiró dos Vinhos, em Portugal. E foi na Suécia que a administração do Império contratou uma equipe de técnicos, com o experiente Carl Gustav Hedberg à frente, para começar a produzir o metal no Brasil.
     Conhecer a técnica de construção de alto-forno era fundamental para  o sucesso da produção de ferro. “Altos-fornos têm funcionamento contínuo, nunca param, e isso faz toda a diferença para se obter o metal”, diz Landgraf, autor de artigo recém-publicado na Metalurgia e Metais – em conjunto com Paulo Eduardo Martins Araújo e o sueco Sven-Gunnar Sporback –, que investigou aquele período. Hedberg foi escolhido por sua experiência em altos-fornos e trouxe para Iperó outros técnicos e máquinas compradas no exterior. O resultado, porém, foi decepcionante. De 1811 a 1814, ele construiu quatro pequenos fornos de fusão, uma casa de fundição, forjas de refino, canais, roda-d’água, represa, mas abandonou a ideia consagrada de alto-forno e produziu em quatro anos apenas três toneladas de ferro, que se mostraram de péssima qualidade.
     Ainda hoje se discute o que levou o sueco a agir daquela forma. “Há a hipótese da sabotagem – para evitar concorrência com a Suécia –, mas acredito na hipótese de ele não ter os técnicos mais competentes, que soubessem trabalhar da maneira correta”,  avalia Landgraf. Havia outro problema: faltava conhecimento para lidar com o tipo de minério de ferro da região. Com a demissão de Hedberg, Varnhagen assumiu a fábrica em 1815, construiu finalmente um alto-forno, contratou técnicos alemães e produziu ferro – algo em torno de 30 toneladas por ano, muito menos do que as 600 toneladas pretendidas. Na outra fundição, no Morro do Pilar, em Minas,  o alto-forno construído teve um rendimento pior ainda. “Sem usar a técnica correta, o intendente Câmara só conseguiu fundir ferro por três dias.”